II Encontro de Poetas - 1992

No 2° Encontro de Poetas o projeto ganha finalmente personalidade o Objetivo "Incentivar os poetas anônimos estimulando-os a escrever, buscando em sua totalidade essa arte, considerada arte menor.
Tentando resgatar um espaço em nossa comunidade para os nossos poetas e a poesia. Porque os poetas são testemunhas oculares da vida e a poesia é o registro de nossa realidade".

Aos poucos vai se delineando a melhor maneira de levar adiante o projeto.
Montagem do organograma: Convite aos poetas, confecção do livro que confirma a passagem dos poetas pelo evento, escolha do local, apresentação musical nos intervalos das poesias, fotos desse evento infelizmente não existe.
A partir do 2° encontro, outros escritores passaram a se interessar e participar dos seguintes de forma efetiva. Ganhando confiança e sempre buscando uma forma de aprimorar o projeto a partir das edições que viriam, como criadora e coordenadora implantei novas regras as já existentes.

Homenageado do 2° Encontro merecidamente: poeta,compositor,trovador , boêmio inveterado e um grande amigo, Nicomedes Arruda.

Relação de Poetas Participantes e Poesia
Rosilene C. de Lima - Menino de Rua
Luciene Dutra Falcão - Mágoas
Cassius S. Andrade - S.O.S Amazonia
Simone B. Costa - Pensamento de um Pássaro
Rosana B. da Silva - O Verde
Marcio Moraes Salvino - Mundo Destruido
Carla Rodrigues de Moura - Natureza
Miguel Angelo Tavares de Paz - A Lágrima
Mônica R. de Moura - Droga
Valdinei Pires Siqueira - Menino Só
Monalisa C e Silva - As Lembranças
Vínicius B. Souza - Poesia
Pablito Torres - Pátria Amada
Nicomedes Arruda - Deus Existe
Alberto Teixeira - Amanhecer na Serra
Neilor Araujo - Tema dos Laranjais
Gilberto Leal - Minhas Maõs
Marcelo Barroso- A Rasgada Realidade do Sentir
Vinicius M. Cardoso - Transas
Rita de Cassia T. de Paz - País de Surdos-mudos
Paschoal Guida - Último Desejo
Nilza Correa Gonçalves - Quadras
Marilene Correa - O Que Você Sente?
Alair Hime - Contraste
Manoel Melchior A. Junior -Velha Vela Velha

A confecção do livro feita de forma artesanal. O projeto caminhou com a ajuda de pessoas que gostavam de poesia e não tinham absolutamente nenhum vínculo com a política municipal.


Poesia - País de Surdos- Mudos ( Rita de Cassia Tavares de Paz )

Não vejo a sua dor e nem suas lágrimas.
Não sinto a sua fome e suas necessidades
Não choro os filhos que se drogam e prostituem.
Não questiono os velhos que no final de suas
caminhadas não conseguem sobreviver
Com seus ínfimos sálarios.
Não busco recursos para melhorar
As questões sociais.
A minha busca, o meu objetivo é o poder.
Não distribuo as rendas devidamente.
Não levo educaçaõ até as massas,
Pois necessito de sua ignorância.
Não digo verdades pois o povo
Vive da necessidade de ser enganado.
Crio siglas, plataformas,planto idéias,
Mas a minha meta continuna a ser o poder.
Incito o povo através do estomâgo,
Para que creça a criminalidade,
Violência gerando violência.
Crio propagandas, invisto no ópio para que
Seja desviada a atenção dos meus atos.
Não abro mão das minhas viagens à Europa,
Da minha champanha e o meu caviar russo.
Continuo mentindo, driblando,
E o povo se perde ainda mais.
Não deixo saídas, tiro de cada traballhador
A sua última gota de sangue e suor.
E não deixo de dizer;Estamos caminhando
A largos passos de encontro à democracia.
A nossa terra fértil e verde,
Conspurcada por ódio, usura e degradação.
Mundo de pactos e conveniência.
E no final assisto a derrota
Da massa falida.
Pois naõ vejo, não ouço, não sinto me calo...



Nenhum comentário:

Postar um comentário