
O 1° Encontro de Poetas Amadores de Cachoeiras de Macacu nasce com objetivo de procurar incentivar a todos os poetas anônimos, abrindo um espaço para uma arte tão importante, a arte de escrever. Sem preocupação com estilos, eles transcreveram seus sonhos, impressões, necessidades e buscam através de suas poesias realização maior. Apesar da minha preocupação em nomear o projeto de forma correta, nesse primeiro também participaram poetas renomados e com trabalhos editados.
Relação dos poetas participantes e suas poesias
Alair Hime Freire Sardinha - Vida I
Pedro Gonçalves de Lucena - Louvação
Vânia Lúcia dos Santos - Sorria
Sandro Heleno Batista Bousquet - Poesia do Amor
Rita de Cássia T de Paz - América
Érica Helena Pereira - Solidão
Neylor de Araújo- Corpo e Alma
Manoel Melchior Amaral Júnior - Ausência (Retrato Falado)
Alexsandro - O Mundo dos Animais
Kleber Costa - Clarão
Paschoal Guida - Sob os Céus da Minha Terra
Júlio Heleno Pereira de Souza - Coisas que!...
Jucilene Siqueira Monteiro - A Liberdade
Gilberto Leal - Boi e Vaqueiro
Judson Pereira da Silva - Centímetros de Mensagem
Vera Regina Costa e Silva - O Ressurgir
Edilene - Terra Abençoada
Cláudia Helena R. Pessanha - Uma Lágrima e Um Mergulho no Mar
Marisa Mello - O Último Fio
Apesar do título poetas amadores participaram desse encontro poetas de renome e com obras publicadas.
Nesse encontro também houve participação de músicos locais, para que não se tornasse monótono e o público pudesse se acostumar e transformando um evento em dois, de certa forma mostrando outros valores artísticos do município.
Nesse ano de 1988 foi homenageado o professor João Barbosa Pinheiro Távora, partindo dessa lembrança busquei a cada edição do encontro homenagear outros poetas.
Poesia - AMÉRICA ( Autor - Rita de Cassia Tavares de Paz )
Irmão partiu da América servil
Venceu a dor preconceitos e desprendeu-se
da pátria amada, pátria desgastada
E foi tentar a vida em terras desconhecidas.
Cansado da opressão, da fome e demagogia
Cansado de esperar pela anistia, sentiu-se
boneco, brinquedo,
Perdeu sua integridade e ideologia.
Farto da política econômica
Farto da letargia do povo cordeiro
Deixou-se vencer e não mais lutou.
Guardou sua bandeira,
Baixou sua guarda e entregou-se nas
mãos de seus algozes.
Esperando que o gigante adormecido acorde,
E que o seu sonho um tanto desvanecido
Venha a se relizar.
Nesse país de faz de contas,
Onde militares brincam de fazer guerras,
Presidente de governar.
Onde o povo descobriu a duras penas
O jeito mais fácil de não se alimentar.
Onde a doença, corrupção, analfabetismo,
Abandono de menor,
Passou a ser um mal necessário.
Um pressságio de transformação de acordo
Com o velho sistemão.
Cerciados de embusteiros, falsas ideologias,
Tornou-se a América
Um país de fantasias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário